quarta-feira, 24 de junho de 2015

Família Cristã, os seus desafios no tempo atual e o seguimento no modelo da Sagrada Família de Nazaré

O testemunho de vida de Raimundo Pedro e Suzana Raquel, um casal que busca a partir da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja, a santidade do seu lar, educar os filhos na Fé e ser modelo perfeito da Sagrada Família de Nazaré.

Suzana Raquel, Raimundo Pedro e seus filhos
Samara e Samuel.
A Família, Igreja domestica, deve ser um lugar propicio para o crescimento espiritual e o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e temente a Deus. É a partir dela que surgem as diversas vocações, bem como é nela onde se constrói a personalidade do individuo, um lugar de afeito, intimidade e aprendizagem. É de onde tomamos consciência da própria dignidade, de uma educação cristã e do respeito aos outros. Mas, para que se almejem esses ideais, a família deve ser firmada na rocha e buscar em Deus o alimento sólido para o seu sustento.

A família, segundo o Papa Francisco, é composta de rostos de pessoas que amam, dialogam, se sacrificam e defendem a vida, sobretudo a mais frágil e fraca. A família é o motor do mundo e da história, nela está o centro natural da vida humana.

Na Paroquia São Simão, no município de Simões, encontramos uma família que busca, segundo os preceitos cristãos, crescer diariamente na Fé e educar seus filhos naquilo que pede a doutrina Católica. Raimundo Pedro de Carvalho, 37 anos, e Suzana Raquel Lopes Nunes, 31 anos, há 7 anos buscam em Deus o seguimento na Sagrada Família de Nazaré.

Suzana e Raimundo são comerciantes no município de Simões, localizado no centro sul piauiense, participam do Grupo de Oração Jesus Te Ama, da Pastoral Familiar e são ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística. Pais de Samara Faustina, com 6 anos de idade, e Samuel Pedro, com 1 ano e 9 meses, veem nos filhos o motivo principal da perseverança do sacramento e busca constante a Deus.

Ainda jovens Suzana e Raimundo se conheceram e namoraram durante 8 anos. Para o casal, este foi um período de amadurecimento e conhecimento, onde a partir da experiência do namoro puderam discernir a vontade de Deus em suas vidadas, e assim edificar uma família cristã.

Samara Faustina participando do Ministério para as
Crianças do Grupo de Oração Jesus Te Ama. 
“No namoro tivemos a nossa experiência com Deus através do Grupo de Oração, a partir daí começamos a ter uma vida com Deus, para que um dia pudéssemos ter também uma família em Deus, uma família que de fato fosse essa Igreja domestica como a Igreja nos pede, vivendo segundo a vontade de Deus bem como levando os nossos filhos a viverem essa mesma experiência” falou Suzana.

Há 7 anos Suzana e Raimundo se casaram, e consagraram o seu matrimonio a Imaculada Conceição de Maria. A exemplo de tantas outras famílias cristãs, buscam em Deus ser exemplo para seus filhos, mas também para a sociedade, principalmente para os jovens namorados da atualidade.

“Eu pensava que o namoro seria a fase mais difícil do relacionamento, e dizia muitas vezes ‘eu quero me casar logo para ser mais de Deus’, pois eu pensava que o maior desafio era viver a castidade, e quando casei percebi que o mais difícil é a convivência no dia-a-dia, buscar viver o Santo Evangelho diariamente no nosso relacionamento, perdoar diariamente, acreditar na Graça do Sacramento do Matrimonio” exclamou Suzana Raquel, dizendo ainda que o guia da família cristã é Deus, “aqui em casa quem manda não é o homem nem a mulher, quem manda é Deus e nós o obedecemos, pois colocando Deus como o centro nós conseguiremos viver como uma família cristã” exclama.

Ser família e buscar seguir o exemplo segundo a Família de Jesus Cristo, é uma grande missão e dever do cristão. Não é uma tarefa impossível, e a exemplo do testemunho de vida deste casal se pode entender o quanto é possível ter uma família baseada em Jesus, Maria e José. É preciso estar atentos, principalmente, com o modelo de família que as pessoas querem impor, ao liberalismo, a libertinagem, ao desrespeito e, sobretudo, a sexualidade desregrada e a vida de traição.

Samuel Pedro desde pequeno segue os ensinamentos
da sua mãe na devoção a Jesus Misericordioso.
Em seu discurso na plenária do Pontifico Conselho para as Famílias, o Papa Francisco afirma que a família é parte importante da evangelização, pois os cristãos comunicam a todos a Boa Nova através do testemunho da família, e seu segredo é a presença de Jesus no seio da família humana.

“O maior desafio da família, nos dias de hoje, é a educação dos filhos, pois nós, enquanto pais, buscamos educa-los na Fé, segundo os ensinamentos da Igreja, no entanto, vez ou outra nos deparamos com um choque de realidade. As vezes nossa filha nos questiona porque não pode assistir determinados desenhos, brincar com determinados brinquedos, pois suas coleguinhas assistem e brincam, mas observando a mensagem que o desenho e os brinquedos relacionados transmitem, vimos que a sua mensagem as vezes é de cultura de morte, determinados desenhos transmitem um sentimento de rebeldia, onde os personagens não obedecem as normas da escola, o guarda roupas dos personagens são em formato de caixão, e a partir disso nós vamos buscando mostrar para nossos filhos que existem outros desenhos e brinquedos que eles podem brincar. Mais que buscar educa-los, precisamos consagrá-los diariamente a Deus, colocar Deus como o centro de nossa casa, e confiar em Deus que Ele nos ajudará a cuidar de nossos filhos, pois essa tarefa não é fácil, principalmente nos dias atuais onde se é pregado tudo o contrario que nós buscamos ensinar dentro de casa” afirmam o casal Suzana e Raimundo.

Papa Francisco coloca o solidéu no filho de um casal
presente na Praça São Pedro, em Roma.
(Imagem de O Observatório Romano)
Segundo o Papa Francisco no matrimônio, os esposos fazem uma doação completa de si, sem cálculos e nem reservas, compartilhando tudo, dons e renúncias, confiando na Providência divina, e essa é a experiência que os jovens devem aprender de seus pais e avós: experiência de fé em Deus, de confiança recíproca, de profunda liberdade e de santidade.

“Eu sempre fui um jovem de farras, de sexualidade desregrada, de namorar sem compromisso, e Deus fez com que eu conhecesse Suzana, uma jovem de igreja. Assim fui me aproximando e consequentemente caminhando com ela para o Grupo de Oração, e nos conhecíamos cada vez mais. Para mim foi desafiador a experiência da castidade durante o nosso namoro, pois essa experiência eu nunca tinha vivido nos relacionamentos anteriores, e não foi fácil, mas foi possível, e hoje eu posso dizer que somos o que somos graças a nossa busca de Deus e a obediência a Ele durante o período de namoro e noivado” expressa Raimundo Pedro.

Um casal que buscou ter um relacionamento segundo os planos de Deus, e caminharam durante 8 anos num namoro e noivado casto, na oração, escuta de Deus e renuncias diárias, assim alicerçando um relacionamento para no futuro obter, com a Graça de Deus, um casamento abençoado e uma família segundo os moldes da Sagrada Família de Nazaré.

Suzana (grávida do segundo filho) e Raimundo no
Grupo de Oração Jesus Te Ama. 
A castidade no namoro edificou os primeiros meses deste casamento, pois assim que Raimundo e Suzana se casaram, meses depois eles foram abençoados com a gestação do seu primeiro filho, Samara Faustina, e, na gestação, Suzana foi acometida de ameaça de aborto, o que levou o casal, ainda em plena lua mel, a viverem mais uma vez a castidade, o que para Suzana e Raimundo foi algo normal, pois os mesmos haviam vivido um namoro casto. “É presença de Deus em nossa vida e a experiência de castidade, que nos faz próximos e fieis um ao outro” afirmam o casal.

A presença de Deus na vida do ser humano é o que edifica e dignifica o homem e a mulher, colocar Deus no centro de um relacionamento é firmar tal relacionamento de modo que ele seja duradouro e dê bons frutos. A partir deste entendimento a jovem Suzana testemunha e afirma “se não fosse Deus em nossas vidas certamente o nosso relacionamento teria tomado outro rumo. Na época do nosso namoro, muitas das minhas amigas que não tinham uma caminhada de igreja, zombavam de mim, criticavam pela forma com que eu vivia o meu namoro. Hoje muitas dessas amigas, infelizmente, não conseguiram casar, algumas engravidaram fora do casamento e hoje cuidam de seus filhos sem a presença do pai. A partir desses exemplos, me convenço que foi por termos colocado Deus no meio do nosso relacionamento que chegamos onde estamos e que iremos durar até o fim, pois como diz a Sagrada Escritura, nós procuramos firmar a nossa casa na rocha que é Jesus Cristo” finaliza.

A Igreja Católica Apostólica Romana, além dos ensinamentos e diretrizes direcionadas às famílias, busca através de suas pastorais e movimentos, integrar todas as famílias ao seu núcleo, com intuito de solidificar na Fé, a partir de um alicerce firme e incorruptível, bem como acompanhar cada casal e membros da família, de modo que busquem sempre optar pelas coisas de Deus, na vivencia dos sacramentos e, consequentemente, renunciar aquilo que o mundo oferece e que não edifica o casal e seus filhos.

sábado, 2 de maio de 2015

O Santo Sacrifício


Duas velas postas num alinhamento igual, uma de um lado, outra do outro. As luzes da pacata cidade começam a clarear a noite que se inicia. Fieis se assentam pelos bancos e cadeiras postos no patamar daquele templo, que tem o apostolo Simão como patrono. Almas em preparação para o Santo Sacrifício, que logo mais será vivido neste santo altar.

As chamas das velas já foram acesas, e de longe se vê aquele altar onde o Filho do Homem será imolado, a extensão daquela paixão que salvou a humanidade, acontecerá pelas mãos do sacerdote, ungidas para dar Cristo ao povo.

A imagem do casto varão, com seu filho nos braços já está sobre o andor, com algumas rosas e folhagens, que embelezam mais ainda e dignificam a sua memoria. Memoria a qual é celebrado pelos seus dons, de um homem trabalhador, que buscou com o seu suor, sustentar a Virgem e o Salvador.

O sino toca, dois toques seguidos, a ultima chamada para o grande momento, o ápice da fé. Aos poucos os espaços dos bancos são preenchidos por fieis, homens, mulheres, meninos... De longe se vê a anciã, devotamente, com seu rosário entre os dedos, rezando à Virgem Maria. Outros que vão chegando, logo que depressa reverenciam aquele altar, traçam sobre si o sinal da Cruz, e em silencio fazem suas orações.

Crianças e jovens, a postos, próximo ao grande cruzeiro, onde em fila se organizam, para procissão que dará inicio ao grande momento. De longe se vê, aquele homem, com a batina preta, tirando o sobrepeliz o qual vestira durante a procissão, ele acrescenta as suas vestes a alfaia, beija e coloca sobre os seus ombros a estola e por fim a casula. Digno para o Santo Sacrifício faz em silencio uma oração e sai até aquele cruzeiro, de onde iniciará a Santa Missa. No percurso cumprimenta os fieis, abençoa aqueles que respeitosamente vos pede a benção, e carinhosamente acena para aqueles que estão mais longe.

O jovem, acólito, trás ate o sacerdote o turibulo, onde ele coloca o incenso, três colheres sobre  carvão quente, em seguida abençoa, e aquela fumaça sobe aos céus e com ela as nossas preces, os nossos pedidos e orações.

Inicia a procissão, o turibulo a frente, incensa os fieis, incensa todo o ambiente, prepara as almas e os seus corações, para bem participarem deste momento. Em seguida vai a o crucificado, acompanhado dos participantes do rito litúrgico, os ministros guardiões do Sacro Santo Corpo de Cristo, e daquele, que a partir deste momento é, mais que tudo, Persona Christi.

O Sinal da Cruz sela, sobre todos reunidos, o compromisso de viver este mistério com dignidade e amor. Anjos, de todos os lugares, enviados por Deus, rodeiam aquele ambiente, a espera do Sacrifício Perfeito.

Per Mea Culpa, assim afirmam os pecadores necessitados da Misericórdia de Deus. Que em seguida, entoam hino de louvores, ao Pai, ao Filho e ao Espirito Santo.

O sacerdote faz a oração coleta, e nela apresenta todas as intenções para o Santo Sacrifício, aqueles ditas, mas, sobretudo, aqueles ocultas no coração de cada um fiel.

Deus vem falar com seu povo, Ele fala através das Sagradas Escrituras. Uma leitura do Antigo Testamento, seguida da salmodia e, depois, uma leitura do Novo Testamento. Por fim, a procissão, na frente mais uma vez o turibulo, seguido de duas velas, e atrás o Sacerdote, levando as mãos o evangeliário, de onde proferirá a leitura a partir de um dos quatro evangelistas. O povo, em respeito, permanece de pé, traça sobre si três cruzes, uma na testa, outra na boca e a ultima sobre o peito.

Ao termino da proclamação, o sacerdote profere o sermão, fazendo um contraponto desde a primeira leitura até o evangelho, anuncia a boa noticia, denuncia a exemplo do Cristo Sacerdote e, por fim, orienta como um pastor ao dirigir-se para seu rebanho.

Seguindo o Rito Romano, professa-se a fé, e todos reafirma seu compromisso, de seguidores do Cristo. Para logo após, apresentar-lhe as suas preces, os anseios, os pedidos que surgem a partir das necessidades do povo de Deus.

Oferecem os dons, frutos das abundantes Graças do Pai. De longe vejo aquela viúva, que com apenas três pesos de moedas as oferece de coração. Não sabe ela quão importante é aquele gesto, não para os homens, mas para o Senhor.

Sobre o altar, Pão e Vinho, são ofertados na plena certeza de que serão mais que isso após a consagração. O Sacerdote faz a oração, recebe todas as ofertas e, em especial, aquela que está sobre o altar.

De longe aproximam-se anjos, entoam com todo o povo a sublime oração... Santo, Santo, Santo... Ajoelham-se ao redor do altar. O Sacerdote estende as suas duas mãos sobre o pão e vinho... Ressoa, em sequencia de três toques, as sinetas. Todos se ajoelham, pois o Cristo é imolado sobre aquele Santo Altar. O pão agora é Carne, o vinho agora é Sangue. O Mistério da Fé!

Na presença do Sacro Santo Corpo e Sangue de Cristo, o Sacerdote reza, agradecendo por estar na presença do Santo dos Santos e poder O Servi-Lo. Pede que faça de todos aqueles que participam do Santo Sacrifício um só corpo e um só espirito. Apresenta ao Cristo a Santa Igreja, o Santo Padre, o Episcopado, todos os seus ministros. Reza por todo o povo, pelas almas, e por fim suplica, a Cristo Hóstia, que todos posam participar da Vida Eterna, com a Virgem Maria, São José, os Anjos e Santos e todos que neste mundo tão bem O serviu.

Rezam a oração que o Senhor nos ensinou, omitindo-se o Amém final, O Sacerdote Reza pela Paz, e todos respondem, ao final, com Amém, é o preanuncio do ponto Ápice da Fé. Em preparação para o Grande Banquete, fraciona a Hóstia Maior, e submerge um pequeno pedaço dela sobre o cálice com o Sangue. Cristo, Corpo, Sangue, Alma e Divindade está sobre aquele altar, imolado, um Deus poderoso, se doa fazendo pequeno na Hóstia Consagrada, para chegar e permanecer no meio do povo. Cordeiro de Deus, assim todos O Proclamam, Cordeiro de Deus! Em seguida o Corpo e Sangue e elevado e, em tom firme, anunciado pelo Sacerdote: Por Cristo, Com Cristo, Em Cristo...

Os Anjos continuam a Adorar a Cristo Hóstia, pois a Eles não é possível comunga-Lo. Este ato sublime só é permitido aos homens na Terra. Assim é formado filas, por todos os lados. Os fieis se aproximam, e lhes é apresentado O Corpo de Cristo, e firmemente o respondem com Amém. Homens e mulheres participam deste ato celestial, presente na Terra. Os anjos incansavelmente adoram a cada partícula consagrada, principalmente aqueles que se dispersam os olhos dos humanos.

O Sacerdote volta para o Santo Altar, cuidadosamente purifica os vasos sagrados, com o respeito a cada fração do Corpo de Cristo. Seguido do recolhimento no tabernáculo do Sacro Santo Corpo do Senhor, que ficará lá, para ser adorado, e para atender as necessidades de idosos e doentes impossibilitados de participarem do Santo Sacrifício.

Após a oração final, um ato solene, o Sacerdote acolhe uma pequena criança, que vem nos braços dos seus pais, pela primeira vez a Santa Missa. Os pais já planejam o seu batizado, mas antes mesmo de receber o Sacramento da Iniciação Cristã, a pequena criança é elevada pelas mãos do sacerdote, e apresentada à comunidade. Ato memorável, e observado mediante ao exemplo da Virgem Maria e do Casto José que foram apresentar no templo o seu filho, Jesus.

Após esta apresentação, o Sacerdote abençoa a todos, finalizando assim, mais um Santo Sacrifício, o qual se prolongará, na vida de cada participante, até a próxima Santa Missa.

O Sacerdote beija o Altar do Santo Sacrifício, em um gesto de reverencia ao Sagrado, e em seguida sai em procissão até a Sacristia daquela Matriz. De lá, o Sacerdote, ainda paramentado, e acompanhado de todos aqueles que participaram desta Santa Celebração, aos pés do Crucificado, bendizem ao Senhor.


Daqui do meu leito, sofro as dores da enfermidade e as dores corporais, bem como, sofro a minha ausência em não participar e comungar o Corpo do Senhor.