segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Enquanto alguns se preocupam com o PIB, o povo se preocupa com suas origens e quer ser respeitado!



O dinheiro é uma felicidade humana abstrata; por isso aquele que já não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele.
(Arthur Schopenhauer)

Foto: g1.com
É comum e frequente as noticias de que o Piauí nos próximos anos dará um grande passo no seu Produto Interno Bruto - PIB, crescendo assim o numero de emprego, oportunizando as cidades um crescimento como nunca se viu.
No entanto, muitos não conhecem a real realidade presente nesse ‘grande empreendimento’, que vem para sacar todo o nosso potencial e enviar, a matéria prima, quem sabe para um desses países influentes, para só depois poder nos vender, de forma superfaturada, os bens produzidos com esse minério. Fazer o que, se não temos políticos a altura para investir na industrialização local desse bem, e assim lucrar bem mais em cima de sua venda!?
Atualmente foi divulgado ‘valores’, do que se iria investir nessa potencia mineral LOCALIZADA PRIMORDIALMENTE NOS MUNICIPIOS DE CURRAL NOVO E SIMÕES. Uma numeração não muito conhecida por muitos que por ali habitam, e que, talvez, não será destinado aos seus bolsos, um montante aproximadamente a três bilhões e quatrocentos milhões de reais (isso somente até 2016).
Em meio a milhões de toneladas de minério de ferro, e sua qualidade “premium” no ramo da mineração, existe um povo, centenas de famílias, culturas, origens, histórias, uma vegetação, fauna e flora, e porque não resumir em UM VERDADEIRO ACERVO DE PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL, histórico, artístico, escravocrata, arqueológico e religioso. Um povo e uma cultura... Um povo com tantas histórias... Um povo que, na sua maioria, nasceu, se criou e criou seus filhos e netos por ali, e que agora corem sérios riscos de simplesmente terem que abandonar tudo, passar uma borracha em todo o seu passado, em todas as suas conquistas, e procurarem recomeçar em outro contexto, em outro local, talvez bem logo dali.
Mas porque esse assunto não é pauta nesses meios de comunicação!? Porque que a reciproca se repete, quando dizem: “o galho sempre quebra do lado mais fraco”, MAS QUEM NA VERDADE É O LADO MAIS FRACO!?
Ouso perguntar quantos desses que sentam numa banca a caráter de reunião, conhecem, pelo menos, a metade da realidade do povo na comunidade Palestina, Baixio dos Belos, e tantos outros? Dos vestígios histórico, artístico, cultural, arqueológico e religioso presente naquele local e das famílias que por ali residem a centenas de anos? Esqueci, o que importa para eles é o PIB, pois quem mais crescerá nessa história toda não será o povo, talvez esse povo não terá direito a um decimo do que de fato é seu de direito!
Lembrem-se representantes, diretores, políticos, secretários, presidentes e tantos outros, que o povo merece ser respeitado, o meio ambiente merece ser preservado, bem como tudo aquilo que remete a nossa origem e nossos antepassados. E assim posso dizer que no meio desse semiárido, na caatinga, existe um povo que não aceitará a condição de desvalorização, de desrespeito, e que não tem receio de lutar pelos seus direitos, que são garantidos por lei e que devem ser respeitado por vocês!
É possível desenvolvermos com sustentabilidade, com respeito, com valorização e preservação. Talvez essa alternativa saia um pouco mais cara para os bolsos dos investidores, mas isso é o mínimo que se pode fazer por todo esse povo.
Lembrem-se sempre que o reconhecimento e a valorização da dignidade da pessoa humana é o primórdio da Declaração Universal dos Direitos Humanos (dudh), e que, é inadmissível o descumprimento deste principio. Haja vista a nossa veemente conclusão de que há um conjunto, institucionalizado, de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal bem como o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana, assim também apregoamos o artigo 23, § III e IV e artigo 24 § VII da Constituição Federal de 1988. E para que a lei seja exercida conforme rege o seu conteúdo, a população será instruída bem como grupo de pessoas estará sempre presente com esse povo, mostrado de forma descomplicada e objetiva os seus direitos.

“O ato mais específico da fortaleza, mais do que atacar, é aguentar, isto é, manter-se imóvel em face do perigo”.
(S. Tomás de Aquino)

Antonio Hugo Fernandes Júnior
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